terça-feira, 15 de março de 2011

GUIAR O OLHAR




Não preciso só de janelas para contemplar-te.

Nem somente muitas estradas para o andar.
Tão pouco migrações que sucedem aqui dentro.
A chave não está em tudo que absorve os poros.

Minha geração busca alimento nas sobras estéreis.
Cata restos de sentido em ideologias intolerantes.
Curva-se diante de um deus egoísta, individualista.
Fogem de si mesmos por medo de verem como são.

Os pés questionam ferozmente os passos peregrinos.
Como podem sair pisando caminhos sem consciência?
Qual a gênese dessa estrada em que aventuram os pés?
Peregrinos não saem sem ter o horizonte como ciência!
 
Na multidão dos sons, quem procura encontra sinfonia.
É na diversidade que a alma é capaz de ser harmonia.
Mesmo o barulho revestido do caos que nasce na alma
Não pode roubar a essência d’alma que nasce do Silêncio.

Nas revoadas dos pássaros eu encontro voz uníssona.
Nas pegadas deixadas e no horizonte grávido dos pés,
Vislumbro um Caminho retilíneo, sonho que me prende.
Nos olhares que me veem só capto um Olhar, Meu Deus.

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