sexta-feira, 28 de novembro de 2014

ENQUANTO PODE




Enquanto pode

Procura os sorrisos sadios
O aperto de mão livre
Os abraços apertados
Não te detém em nada
Que  te roube a alegria

Enquanto pode

Pergunta ao desespero
Pelo sofrimento 
De onde vem e para quê
Pois daí nasce sabedoria

Enquanto pode

Luta para não morrer
Há mortos vivos por aí
Incapazes de ver vida
E a vida diante dos olhos

Enquanto pode

Busca o silêncio
Onde tu se diz
Tua alma sonha
A vida ressuscita

Enquanto pode

Não é para nós
Todo tempo é
De recomeço
De sempre ir
Quando a vida
Nos pede voltar. 

Oliveira Sousa 

ESPERA



Espera


É o que parece
Terra nos poros
Palavra morta

É o que parece
Sem sinônimo
Ou conjugação

É o que parece
Olhos sem vista
Só o já visualizado

É o que parece
A espera eterna
Do dia melhorar

É o que parece
Mas não o é
A quem tem fé.

Oliveira Sousa


quinta-feira, 12 de junho de 2014

BENDITO AMOR


Vais habitando a pele
Ganhas o pulsar 
Até que o gozo seja mais

Minhas forças e o pensar
Também ali passas a andar
Tudo meu se torna um teu

 Tuas dores me fazem ferida
Teus sorrisos, jardim florido
Teus contrários minha direção

E assim nada mais é o que era
Onde cada coisa era um nome
Hoje só responde pelo amor

Amor que acordara o Espírito
Outrora pairava sobre as águas
Agora me recria em ti eternamente

domingo, 26 de janeiro de 2014

EU E O MISTÉRIO

Quando não se sabe ou denominar a origem
Quando não se refugia ou não se sabe o Forte
Ou então, quando não se sabe namorar o vento
Sentir saudades do céu, entes amados do Mistério
Terminamos por necessitar de coisas e pessoas
Não de forma a nos complementar e ser mais
Mas, gradativamente, dependentes por inteiro.


sábado, 25 de janeiro de 2014

AMOR SEM PORQUÊ



Deixe-me esconder em ti
Para assim me achar
Dessa forma eu ser

Inteiro em teus lábios
Pedaços em teu mar
E rios, pequenos rios
Nos gemidos que dás

Deixe-me estar
Por quanto tempo for
Como o nascer da flor
Sem porquê, por amor.



quinta-feira, 23 de janeiro de 2014






DEUS


Nasces dentro do humano 
Não por ser originado lá
Mas para fazê-lo ser-te
Comungar da essência

No entanto, não se cresce
O humano te aprisiona
E te fere com abortos
Esquecem a origem

Deus transgênico
É o que nasce agora
Senhor e poderoso
Ama o fiel da Lei

Deus chora no céu
O esquecimento
Do jeito de Jesus
Também prisioneiro


Ah, Deus de amor
Lambedor de feridas
Do corpo e da alma
Insistente nascedor