terça-feira, 25 de outubro de 2011

SUTILEZA

SERTÕES GRÁVIDOS


Permita-me ir buscar néctar nos sertões de tua alma.
Não é desconfiança de que há tesouros em teu ser;
Não é espírito de aventura que anima os meus pés;
Eu creio firmemente em tuas roseiras sertanejas
Me atrai qual veloz beija-flor ansioso por teu ventre
O sol quente, as pedras ferventes, as rachaduras
Ilusões apenas, confie, não dizem tudo de você.
Permita-me encontrar Deus cuidando das roseiras.
Só exijo uma rosa sertaneja desse teu jardim
Provar que Deus é jardineiro nos sertões de cada ser.
 
 
 

terça-feira, 18 de outubro de 2011

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

LEVE-ME





Leve-me, não tenha medo
Conheço as trevas de mim
Só tenho medo do escuro
Doutras almas medíocres

Leve-me, me dê sua mão
Há calos, mas ando firme
Só tenho medo das minas
Armadas co' selo de morte

Leve-me, me dê seu colo
Há dores, mas há sorriso
Só tenho medo da raiva
Enrugada nos corações

Leve-me, me dê o sonho
Esvaziado, mas eu desejo
Tenho medo de pesadelos
Que não dormem em mim

Leve-me, me dê sua leveza
Preso, mas anseio ser livre
Só tenho medo das grades
Que encarceram o coração

Leve-me, dê-me coragem
Frágil, mas sou persistente
Tenho medo do pusilânime
Que vem roubar mi’a vida

Leve-me, deixo me levar
Minha história com tudo
Refazer-me a cada passo
Encontrar-me com Deus



MEUS SONHOS

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

NÃO TE APERRIEIS





Não te aperrieis alma minha
Deixa-te descansar, permite
Pelo menos por um minuto
Alegrar-se n’ sorriso de Deus

Não te aperrieis mi'a pequena
Sinta a fragrância das flores
Desabrochadas no teu jardim
Colhe em meio aos espinhos

Não te aperrieis mi’a carícia
Fecha esses olhos pequeninos
Passeia nos bosques íntimos
Ama o amor que jorra de ti

Não te aperrieis dócil feição
Contempla pássaros no céu
Deixa o encanto te dominar
Alma livre ir com eles voar

Não te aperrieis meu amor
Lança essas dores ao chão
Pisa como se pisam uvas
Festeja, saboreia o vinho

Minha pequena alma
Não te aperrieis fácil
Mas se não é possível
Nunca perca tua paz

Alma minha
Mi’a pequena
Mi’a carícia
Dócil feição

Meu amor
Minha força
Meu Deus
Mi’a Paz





segunda-feira, 10 de outubro de 2011

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

EU E AS LETRAS






Cada dia as letras estão ficando mais chatas.
Agora, deram para me pedir mais trato fino.
Insisto com elas em não ser tão formalista.
Mas, concordem, amor é uma coisa séria.
Mesmo chateado com tamanha exigência,
Não consigo não render-me a seus pedidos.
Porém, que não abusem, pois já ouvi por aí
que todo poeta é um bom fingidor.


quarta-feira, 28 de setembro de 2011

DAS METRÓPOLES E SUAS ESQUINAS I






Não me pediu nada o pobre rapaz que só mendigava algumas palavras. A mania de crer que sempre precisamos de uma estratégia de aproximação me fez comprar um pedaço de pão,  especificamente, um hambúrguer para tentar garantir sua atenção. Não que tenha dado certo, mas ele aceitou consciente de minha idiotice.
-Tudo beleza?!
-Tá bacana.
-Eu vi você aí.
-Eu também te vi.
-Tá precisando de algo?
-Pelo que parece o senhor já veio com a sua resposta.
-Não sabia como me aproximar.
-E por acaso sou estranho ou perigoso a essa ponto?
-Há condicionamentos culturais que me fazem agir assim!
-Então, não sou eu quem precisa de atenção.
Leve suas palavras de compaixão; fico com o hambúrguer, me serve mais.
- Beleza. Tenho vergonha da raça humana.
- ótimo. Eu tenho vergonha dos olhares humanos.
- Temos algo comum.
- Não. Se assim fosse, ao menos eu teria mais dignidade.
- Tá bem. Lute tentando não ser o humano medíocre que somos.
- Tá bem. Lute o senhor tentando ser o humano que sonho todas as noites.
Pelo jeito eu e ele mendigávamos um pouco de humanidade.