sábado, 27 de agosto de 2011

PALAVRA, NÃO SE VÁ!




Não se vá, por favor, deixe-me dizê-la.
Fique um pouco mais; irei te dissecar.
Imiscuir-me em tuas vontades, desejos.
Não se vá, permita-me saber de mim.

Ande, faça-me rir das lúcidas entranhas.
Quão estranho são os novelos da alma.
Quão destrutivo o medo de mi’a nudez.
Venha, faça-me perder infértil timidez.

Seduza-me a ponto de ir aonde tu fores.
Conduza-me mudo ante tuas revelações.
Olhar alumbrado por teus dizeres de si.
Um louco entregue às formas de teu ser.

No segredo e no silêncio te teces em mim
A caneta e o papel conspiram contra nós
Não é só pra mim que te decifras todinha,
Não ligo, me tens, vem dizer-se em mim.

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